PTSD não é o nome de um partido político contestável no Brasil. É um transtorno sério e que já foi abordado diversas ocasiões na cultura pop, como na devastadora e divertida série que ninguém viu “You are the worst”.
A24 é a distribuidora queridinha do cinema atualmente. Tão queridinha que até o trailer do Thunderbolts mostra que a Marvel também quer ser a A24.
Tempos de Guerra é um filme da A24 sobre PTSD.
Sobre o quê?
Não, o filme não é exatamente sobre PTSD (Post-Traumatic Stress Disorder, ou, em português, TEPT: Transtorno de Estresse Pós-Traumático). Mas é um filme que mostra a guerra em estado tão puro, tão violento, e tão real, que causa PTSD em quem o assiste.
A realidade da guerra bate forte em cada cena de Tempos de Guerra. Seja na convivência dos soldados buscando qualquer migalha de entretenimento, passando pelo tédio da espera de um conflito, até, finalmente, a aterrorizante realidade de uma batalha, com suas baixas e dores.
É tudo tão real, tão visceral, que é desconfortável. Propositalmente.
Guerra pra todo lado
Curiosamente, é o segundo filme de guerra seguido do diretor Alex Garland. Depois de entregar o ótimo Guerra Civil ano passado (também pela A24), ele mantém o gênero, mas entrega uma obra muito diferente. Guerra Civil era uma ficção, com desenvolvimento óbvio de personagens, com muita coisa acontecendo…
Não à toa, Tempos de Guerra tem a parceria de Ray Mendoza no roteiro, um soldado de verdade, veterano da guerra do Iraque, que claramente coloca muito de sua experiência no roteiro e na produção do filme.
Com um ótimo elenco, com nomes como Will Pouter e o novo queridinho Joseph Quinn, é um filme forte, pesado, extremamente bem feito e curto. Eu vou sempre dar notas mais altas para filmes de uma hora e meia.