Tem uns filmes que parecem que surgem do nada.
Lobisomem, de Leigh Whannell, veio furtivo como uma raposa e veloz como um lobo. Todo mundo tava distraído contando quantos ovos a Gracyanne está comendo no BBB, ou pesquisando de onde veio essa história de taxar o pix, e de repente: pimba: trailer, cabine e lançamento do filme, tudo de uma vez.
Parece até que a distribuidora não queria perder a oportunidade de lançar durante uma semana de lua cheia, ao mesmo tempo que não queria esperar até fevereiro. Então chamou todo mundo rápido para uma cabine de imprensa e exibiu a película. Até o embargo da crítica parecia definido às pressas: os textos estavam embargados até as 14h do dia de exibição da sessão (que acabou às 13h).
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A pressa parece despropositada. Leigh Whannell é um queridinho dos filmes de terror desde Jogos Mortais, que ele fez escreveu. E que ficou famoso pelo retorno de investimento, uma vez que o filme teve um custo de 20 dólares e uma banheira. E a produtora Blumhouse também é conhecida por uma certa competência. Até eu, que notoriamente não sou um grande fã de filmes de terror, tenho um certo apreço pelas suas obras.
Filme contido
Mantendo a fama de ser um cara econômico, Lobisomem não deve ter custado mais do que uns 200 dólares de produção. A história é bem contida, girando em torno de três personagens. Qualquer agregado surge e sai de cena rápido demais para merecer menção.
A premissa é interessante, principalmente quando o filme decide mostrar as cenas do ponto de vista do Lobisomem. O recurso é muito bem trabalhado e deixa o filme com uma cara de The Father, mas para lobos.
Uma boa adição a um ano que parece que vai inundar o cinema de terrores clássicos. Já tivemos um excelente Nosferatu, um bom Lobisomem e resta torcer para o vindouro Frankenstein entregar o que promete.