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Entrevista com o demônio

O Latininho era um garoto de 15 anos e 87 centímetros de altura que foi a grande pequena atração do Domingão do Faustão do dia 08 de setembro de 1996. Ele tinha síndorme de Seckel, um distúrbio raro também conhecido como “nanismo da cabeça de pássaro”, que fez com que ele também desenvolvesse microcefalia, nanismo e deformações faciais. O nome dele não era exatamente esse: ele apenas estava vestido como o cantor Latino, que também estava no palco, dançando e cantando seu infindável arsenal de sucessos.

Latino, também conhecido como “o maior artista do Brasil”, já perdeu R$30 milhões em corridas de cavalos e ficou tão triste quando terminou com a Kelly Key que se trancou em um freezer para o tempo passar mais rápido.

Uma estrela desse tamanho foi levada ao palco com um mini-clone para tentar combater o crescimento da audiência do Gugu, que em 25 de agosto tinha recebido em seu programa o “lobisomem mexicano“, um homem com hipertricose, uma doença que fazia aumentar excessivamente os pêlos do corpo.

Gugu já vinha elevando sua audiência há algum tempo com quadros como a “Banheira do Gugu”, onde gostosas de biquini brigavam por sabonetes lutando em uma jacuzzi às 14h de um domingo. Era a vó fazendo polenta e a criançada vendo o Tiririca segurando os peitos da Luiza Ambiel.

O conteúdo da TV de domingo à tarde era tão libidinoso que deixou até o Jean-Claude Van Damme de pau duro, no dia 06 de maio de 2001, quando o astro foi dançar Conga Conga Conga com a Gretchen.

A briga pela audiência só foi acalmar em 2003, quando o Gugu exibiu uma entrevista com supostos membros da facção criminosa PCC fazendo ameaças a diversos jornalistas. Só que a entrevista era falsa, o público perdeu a credibilidade e foi abandonando o programa do SBT, restaurando a audiência da Globo.

Mas até aí, o Faustão já tinha proporcionado momentos como o sushi erótico, esse em 1997, colocando o Oscar Magrini para comer a iguaria japonesa usando como prato o corpo de mulher pelada.

Era isso que a gente assistia na televisão da sala, do lado de nossos pais, nos domingos da década de 90 aqui no Brasil.

Então, sei lá, apesar do filme ser bom, colocar um apresentador de late show para entrevistar o demônio ao vivo não parece tão chocante assim.

Autor:
Barão do Principado de Sealand. Com uma inexplicável paixão por cinema, cervejas e queijos.