SALADA CAPRESE churrasco sem vinagrete é inaceitável

Better Man

Eu não aguento mais cinebiografia musical!

Dito isso, é duro admitir que eu gostei mais de “Better Man” do que eu gostaria de ter gostado.

Acho que nem tanto pelo macaco de CGI que protagoniza o filme, talvez na tentativa de fazer algo “diferente das outras cinebiografias musicais” (aspas minhas). Se esse foi o intuito, falhou miseravelmente, já que o filme se parece exatamente com toda cinebiografia musical que já existiu, só que com um macaco.

Robbie!

Minha falta de empolgação talvez estivesse ligada com o fato que eu não ligo muito para o Robbie Williams. A única música que eu realmente conheço é Angel. E para mim, essa já é uma música de Oktoberfest, para se cantar bêbado em cima de um banco, abraçando desconhecidos e balançando um copo de vidro maior que a minha cara, com chope já pela metade.

Mas tem quem goste, principalmente na Inglaterra. Só que nem lá o filme foi um sucesso, conseguindo ficar abaixo das expectativas de público em todos os lugares que foi lançado até agora.

Bonecão 3D

A esperança da divulgação brasileira está na indicação ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais. Que nem acho que mereça: é uma ousadia sim meter um macaco de CGI como protagonista de um filme, mas a gente já viu isso ano passado mesmo, no Planeta dos Macacos. Ou nos filmes do King Kong. Tem bastante macaco 3D por aí.

E, por mais esmero que tenha sido dedicado aos efeitos, em algumas cenas ele ainda parece um bonecão de borracha. Não compromete porque o visual do filme é realmente legal, apesar de uma direção musical que eu achei pobre.

Mas essa deve ser uma opinião pessoal minha em relação ao diretor Michael Gracey, já que eu tenho a mesma opinião de “O Rei do Show“, o outro musical que ele dirigiu. Se, na minha visão, há somente uma grande música bem dirigida no musical de 2017, a opinião permanece neste filme, desta vez com um plano-seqüência musical na Holborn Street em Londres que é, de longe, a melhor parte do filme.

Chega!

Mas, no fundo, o formato de [celebridade musical que não se dá bem com a fama] já está esgotado. Principalmente depois que Walk Hard parodiou todos os filmes do gênero – e isso foi em 2007, quando a maioria deles ainda nem tinha estreado. Tem tudo aqui: relação conflituosa com os pais, drogas, arrependimento, ascensão. Roteirinho pronto, só faltou mudar as variáveis.

Mesmo com a previsibilidade e mais-do-mesmo, o filme é até… legal? É, eu curti. Mesmo o diretor sendo fraco nos números musicais, o visual ainda é lindo e ele consegue destacar a emoção nos momentos certos.

Mas não é ainda um macaco criado por computador que vai tirar o cansaço de cinebiografia musical. Acho que nem uma cinebiografia feita de Lego consegue.

Mas para quem gosta do gênero, Better Man é até bom.

Autor:
Barão do Principado de Sealand. Com uma inexplicável paixão por cinema, cervejas e queijos.