O cancelamento do Johnny Depp parece ter atingido legal o cara. Mesmo com sua aparente inocência no caso contra Amber Heard, que jogou o ator no limbo de Hollywood, o cara ainda anda meio esnobado pelos grandes estúdios e teve que ir pra França pra fazer filme.
Na França, Depp foi abraçado pela cineasta Maïwenn, que estava produzindo um filme sobre Madame du Barry, uma prostituta de luxo que se casou com o Rei Luis XV e virou condessa. Pontos para a própria Maïwenn por sua inabalável auto-estima: ela dirigiu o filme e, quando se viu diante da tarefa de escalar uma atriz que fosse tão linda a ponto de não só conquistar o coração do rei, mas também abalar toda a corte francesa, ela não hesitou em escalar a si mesma para o papel. Autoconfiança no máximo e terapia em dia.
Em relação às suas estrelas, o filme traz algumas surpresas da carreira de Johnny Depp: primeiro ao descobrir que ele fala sim francês fluente – e bem o suficiente para se fazer passar pelo rei da França. Segundo ao descobrir que ele não é um ator tão bom assim quando tem que interpretar personagens não tão malucos. Depp não brilha, mas não compromete. Exatamente a mesma impressão que fica de Maïwenn, seu par romântico.
O filme é um drama de época, muito bem ambientado em prováveis cortes reais francesas. Os tapetes hedonistas e os salões imponentes estão lá, bem como um figurino espalhafatoso de época. A produção bem trabalhada consegue dar uma apaziguada no fato de que o filme é chato.
É daquelas obras que você deixa passando na TV enquanto está fazendo faxina, lembrando a si mesmo de como poderia ser bom ter serviçais reais para passar pano na cozinha. E também serve para responder a pergunta “por onde anda Johnny Depp?”.